7 dicas para ir além da sala de aula
Desde o primário, somos ensinados a seguir uma disciplina de assistirmos aulas e sermos bons alunos. Acredito que esse é o primeiro passo para conhecermos nossa rotina de estudos, de quantas horas precisamos para assimilar um conteúdo, de como nos relacionamos com as matérias difíceis e de como gerenciamos o nosso tempo/dedicação.
Mas isso não basta: na universidade, o propósito deveria ser justamente ir além dos parâmetros convencionais da escola ou do ensino médio – é poder descobrir melhor a área que você escolheu estudar, ter novas perspectivas, aprender algo novo a cada oportunidade (sempre acho impressionante como, teoricamente, devemos nos tornar experts em determinado assunto apenas em um semestre) e, sobretudo, tentar se aproximar todo dia daquilo que você desconhece.
Como podemos fazer isso? Deixarmos o comodismo e a conveniência de lado e fazer mais do que apenas ir para a faculdade, assistir uma ou duas aulas e voltar para casa? Aqui vão algumas dicas:
1- Aprenda a usar a biblioteca
Muitos estudantes passam pela universidade e só vão na biblioteca em casos de extrema necessidade: um livro que todo mundo quer na mesma hora na véspera de prova e olhe lá. Contudo, toda biblioteca oferece preciosidades que você só conhece com o tempo, indo vários dias lá e olhando para as estantes de livros, até você descobrir algo que nunca viu antes ali. E não se restrinja, por exemplo, aos livros chatos de Direito ou aqueles que você precisa impreterivelmente para estudar aquela matéria em específico. Você nem imagina quanta coisa boa de literatura pode ter escondida do outro lado da biblioteca que você nunca visita!
2- Participe de todos os eventos interessantes que a universidade oferece
Aulas de professores visitantes, sessões especiais de filme e debate, cursos de extensão e até exibições em galerias de arte. A UFES, que é uma universidade pequena, tem tudo isso e poucos aproveitam – só sabem reclamar do quanto falta para a universidade se tornar grande. Mas do que adianta se você não valoriza o que já tem lá? E o que é interessante para você, pode ser diferente para mim: é a diversidade que enriquece as nossas experiências.
3- Conheça perspectivas distintas daquelas que você tem dentro de casa!
Não se restrinja a concepções que você já conhece: procure saber do outro, mesmo se você não concorda. Você pode se surpreender nesse processo e sem dúvidas terá novos argumentos que um dia lhe poderão ser uteis.
4- Utilize o que a universidade pode oferecer
Conheça a estrutura da sua universidade, acadêmica, burocrática e até multidisciplinar. Em geral, a universidade pode proporcionar muitas coisas inesperadas – por exemplo, na UFES temos academia, piscina, tiro ao alvo… sem falar nos projetos de extensão que podem mobilizar a comunidade universitária de formas bem diferentes. Da minha experiência pessoal: (i) ao longo de um ano, pude fazer yoga com alunos de diversos cursos e (ii) fiz várias eletivas que são as que tenho mais orgulho de ter registradas no histórico escolar, como Piano Erudito. Essa foi a matéria mais difícil que já cursei na UFES e em um contexto totalmente diferente do mundo do Direito (graduação de música). Descobri inclusive que, na UFES, repito mais uma vez – universidade pequena -, existe um estúdio sensacional, com dois belíssimos pianos de cauda. E quando entrei em uma sala que tinha uns 40 teclados?! Realidades que desconhecia dentro da minha própria universidade e estavam praticamente do meu lado.
5- Desenvolva a arte da conversa
Procure seus veteranos, aprenda com as experiências deles, compartilhe novas ideias, peça conselhos, seja curioso, enfim, interaja!
6- Vá além da sua universidade
Conheça outras universidades! Tenha uma ideia comparativa de como é outro lugar em relação ao que você já conhece! Isso foi ótimo para mim: continuo com o ideal de visitar todas as federais do Brasil. Observe que, independentemente do tamanho ou do renome da faculdade, todos os alunos passam pelas mesmas dificuldades e possuem inquietudes que podem ser muito próximas a sua, em especial no que tange o âmbito acadêmico. Essa foi uma das motivações que me fez criar o blog, por saber que poderíamos dialogar sobre um contexto que todos nós sentimos necessidade de conhecer melhor. E, claro, se você tiver a oportunidade, não perca a chance de ter uma experiência acadêmica no exterior durante a sua graduação. Faz toda a diferença (essa poderia ser mais uma dica: participe de summer courses fora do Brasil!).
7- Não seja apenas um espectador
Além de tentar fazer o básico – estudar de verdade as leituras obrigatórias e procurar por textos extras – faça questionamentos interessantes aos professores e mostre que você não é apenas mais um na sala de aula (que não está nem aí para a matéria). Isso independe do professor ser “famoso” ou a aula ser muito difícil; tente mostrar que você busca um pouco mais do que uma mera nota no boletim.
“If you do all of that here’s what you’ll learn at college: the university is a microcosm of the world at large — full of brilliant, diverse opportunities that no one is going to make you take — and there’s a reason for this, because if you do it right (and by “it” I mean not just college, but life), the whole world will be your classroom”.