Como trabalhar nas Nações Unidas?
Para quem não me conhece… Meu nome é Natasha Leite e eu trabalho em desenvolvimento internacional há 10 anos. Apesar das minhas áreas de especialidade serem Prevenção de Violência, Segurança, Participação e Empoderamento quando eu ia fazer palestras em universidades ou conversar com alunos e alunas de Relações Internacionais ou Direito, a maior preocupação nunca eram os temas em que eu trabalhava, mas sim “como trabalhar nessa área?” ou a pergunta mais comum “Como eu posso trabalhar na ONU?”.
Esse diálogo foi importante pra mim e dele surgiu o livro Doing What You Love e a página no Facebook com dicas e vagas na área. Então, já que essa é a nossa primeira conversa, eu vou dar um panorama geral de como começar a pensar numa carreira internacional e você vai começar a me conhecer um pouco mais…
“Como trabalhar na ONU?” não é uma boa pergunta…
Mil desculpas a todos que me perguntam isso, mas de fato, como trabalhar na ONU é uma pergunta ruim. Não é muito difícil trabalhar nas Nações Unidas, o que pode ser difícil é conseguir um contrato permanente nas Nações Unidas… Mas esse não é o ponto. Se concentrar em onde, antes de definir o quê é um erro clássico (cometido principalmente pelos alunos e alunas de Ciências Sociais e Humanas). Você tem que incorporar o seu processo de contratação um professional como quase um processo de venda. Você, nesse se ponto, está se vendendo como profissional e que tipo de valor agregado à organização. Ter idealizado a organização não é uma habilidade útil para o dia-a-dia e não te diferencia dos demais. Isso não é só uma dica pra sua saúde mental, mas também ter definido seu perfil profissional facilita muito a vida na hora de buscar uma vaga e na hora de escrever sua carta de apresentação.
Comece a trabalhar na área… Começando a trabalhar na área…
Parece quase o dilema entre o ovo e a galinha. Não te contratam sem experiência, mas você não consegue experiência para ser contratado. Para os que estão ainda estudando, eu insisto, se querem trabalham nessa área, sejam voluntários, façam estágios em ONGs, busquem arenas formais e informais onde você possa desenvolver competências valoradas pelo mercado de desenvolvimento.
Se você já se formou, está um pouco em crise de identidade e pensa que só o Mestrado vai te salvar das garras da crise global, pense novamente. O Mestrado é uma excelente experiência de crescimento e aprendizado, mas sem a experiência de trabalho acompanhando, não vai necessariamente ajudar seu potencial empregatício. No seu caso, busque consultorias, trabalhos temporários com ONGs, governo do município, Estado, trabalhos que possam parecer pequenos mais que te ajudem a construir pouco a pouco seu perfil profissional e um currículo sólido.
Por enquanto é só pessoal, é um prazer conhecê-los e espero que continuemos essas nossas conversas. Até a próxima e até lá boa sorte com a busca!