Mestrado na King’s College
Enquanto eu cursava Relações Internacionais sempre me pareceu muito claro que a graduação não seria o fim da minha vida acadêmica. Pensando na minha dissertação era evidente que haviam tópicos do meu interesse que eu gostaria de continuar desenvolvendo. Assim, quando entrei na reta final do meu curso eu também comecei a pensar em me candidatar para programas de mestrado no exterior.
O primeiro programa no meu radar foi o Glocal do Erasmus, indicado por uma professora na época. Esse foi o verdadeiro catalizador do processo de realizar applications para estudar fora - até então, e para se honesta até um pouco depois disso, a ideia de fazer um mestrado em outro país parecia muito fora da minha realidade. A Consultoria Internacional me ajudou bastante durante esse processo, tanto para abrir um leque de possibilidades quanto para me auxiliar com as questões mais técnicas de submeter uma candidatura.
Eu comecei o processo ainda no meu último ano de graduação. Isso significa que tive que dividir meu tempo entre as minhas obrigações com o trabalho, com a universidade e com tudo que eu precisava cumprir para poder apresentar as candidaturas. Além de gerenciar meu tempo para fazer um bom application, o meu outro grande desafio foi me preparar para a prova de proficiência de inglês. No meu caso, tinha que ser o IETLS e eu não estava familiarizada com o formato.
A primeira vez que eu prestei o exame eu tive aproximadamente um mês para me preparar, período que coincidiu com meu período de provas finais. Nessa primeira tentativa eu atingi a nota para dois dos três programas que eu tinha me inscrito, mas a King’s College exige uma band score mais alta. Eu precisei prestar então o exame uma segunda vez, e para me preparar eu fiz aulas particulares voltadas principalmente para a redação e a conversação (competências que eu tinha tido mais dificuldade). Ainda assim, faltou meio ponto para eu atingir a nota necessária do writing. Mas como eu estava bem mais preparada e consegui notas altas em todos os outros quesitos, pedi a revisão dos essays e obtive a nota ideal sem precisar de fazer um terceiro exame. Preparação é definitivamente a palavra-chave para passar no nível C1/C2 do IELTS; é melhor estudar mais e só prestar a prova quando você estiver seguro que consegue alcançar a nota de corte
Mas todas as noites mal dormidas valeram a pena! Para a minha grande surpresa, eu fui aceita nos três programas que eu me candidatei: no Glocal, em Exeter e na King’s College. Apesar de não ter sido uma escolha fácil para mim, foi um privilégio estar nessa posição. Eu acabei não escolhendo o Glocal como eu inicialmente pretendia e decidi pela King’s College.
A minha decisão final se deu pela reputação da universidade, a rede de alumni e pela localização. Estudar e viver em Londres foi uma experiência inigualável, a cidade tem um ritmo incrível. Sempre tem algo interessante acontecendo, seja na King’s ou em alguma das outras universidades em Londres, seja em um museu ou em um evento particular. Eu tive o prazer de participar de aulas e eventos com pessoas renomadas da minha área. A experiência acadêmica foi, portanto, um grande prazer e desafio.
Me acostumar com a demanda e o sistema britânico em um espaço tão curto de tempo exigiu mais do que eu tinha previsto. Eu não tinha muita experiência escrevendo em inglês e no começo isso foi intimidador, principalmente porque todas as minhas avaliações foram redações (essays). O que me ajudou na adaptação foi todo o trabalho de preparação que eu fiz antes de vir com o apoio do Formação Global.
Ter claro o porquê de um programa em outro país e como isso afeta as minhas metas no futuro foi importante também para me ajudar no processo de adaptação na King’s. O assunto que eu estava interessada em estudar ainda não estava bem desenvolvido na minha área no Brasil, e escrevendo o TCC isso já tinha se provado um contratempo. Aqui, a minha escolha de módulos refletiu meus objetivos. Além do módulo principal obrigatório, eu escolhi Critical Political Economy; International Political Economy of Production; Globalisation, Development in the Americas; The Political Economy of Inequality; e participei como ouvinte do módulo Political Ecology, Development, and Brazil.
Para além disso, foi inspirador conviver com pessoas que compartilham dos mesmos interesses e participar de eventos com tantas outras que são pioneiras na área. Correr atrás desses objetivos também me abriu caminhos para a carreira que eu ambiciono. Por isso ter uma visão clara dessas metas desde a escolha dos módulos foi tão importante.
Os mestrados aqui têm duração de um ano. Agora que esse ano se fechou para mim e me formo com as honras da casa, eu posso dizer com convicção que foi um ano de intensidade única. Entre adaptações e prazos, amizades e passeios, cada minuto valeu a pena. É com uma felicidade imensa que eu me preparo para voltar para o Brasil com um mestrado pela King’s College, isso que um dia me pareceu um sonho distante.